Xira anda fazendo uns barulhos estranhos, então lembrei de uma pesquisa que eu fiz há um tempo atrás sobre espirro reverso e decidi postar algo sobre, aproveitar e me informar melhor. O interessante é que meus dois cães fazem barulhos de engasgos; coisas da vida.
O Gugui faz barulho desde os quatro meses quando sente falta de ar. Ele está com 12 anos. Já acharam que era tosse dos canis, pneumonia, asma... e ele até tem asma e teve pneumonia duas vezes, mas na realidade ele tem colapso de traquéia, que nada mais é do que um estreitamento em algum ponto da traquéia, dificultando a passagem do ar.
Ok, mas o que isso tem a ver com espirro reverso?
O barulho é muito parecido. Na realidade, chega a ser "confundível". Meu York pesa 1,8kg e mede 24cm da cernelha. Minha SRD mede 41cm da cernelha e pesa 18kg e os barulhos são quase iguais. A diferença tá no nível de ocorrência, na posição (enquanto um tem um ataque durante um exercício, o outro se engasga deitado), enfim! Só quem conhece consegue distinguir pelo som.
De acordo com alguns sites que eu li - que eu não vou colocar a fonte porque são três ou quatro que dizem a mesma coisa, logo, não sei a fonte original -, no espirro reverso, a faringe tem espasmos e, de acordo com o texto "o cão encontra dificuldade em puxar o ar durante o espasmo, faz inspirações rápidas, fica parado, com o pescoço esticado, afasta as patas dianteiras aumentando o ângulo e produzindo um ronco, uma respiração dificultosa , um resfolegar que muitas vezes resulta na impressão de que o cão está engasgado ou prestes a morrer!(...)".
Parece que a solução é tampar o fuço do cão pra ele respirar pela boca, também engolindo saliva, o que cessa o ataque.
As causas ainda não foram elucidadas mas podem estar relacionadas a uma irritação no palato mole e garganta , causando o quadro de espasmos que assustam muitos cuidadores. Qualquer coisa que irrite a garganta pode causar o espasmo como excitação, comidas e bebidas, excesso de exercícios ou intolerância a eles, tração na coleira durante os passeios, pólen, corpos estranhos na garganta, perfumes, vírus, produtos químicos usados na casa e no canil, alergias, etc. Se o problema for identificado, afastá-lo dele muitas vezes resolve parcial ou totalmente o problema. Cães braquicefálicos como pugs e boxers, que apresentam o focinho achatado são muito afetados, mas no caso destas raças deve-se tomar cuidados redobrados pois há relatos científicos de alterações cardíacas secundárias ao espirro reverso.
Alguns cães apresentam estes episódios por toda a vida, outros desenvolvem episódios esporádicos e temporários que se resolvem por si só e outros ainda podem apresentá-los uma única vez e nunca mais.
O que fazer?
Assista os videos abaixo:
Fique calmo e proceda como no video. Logo o episódio cessa. O espirro reverso é um fenômeno inofensivo, que quando diagnosticado por um veterinário e após uma avaliação clínica criteriosa, excluindo-se alterações cardíacas, convulsões, engasgos, estenose traqueal e etc, pode ser encarado como um fenômeno normal naquele indivíduo, sem necessidade de tratamento medicamentoso agressivo.
Espirro Reverso x Estenose de Traquéia (Xira x Gugui)
Quando os anéis traqueais rebaixam ou achatam-se do topo em direção a parte inferior, a traquéia é dita “colapsada”. Uma rápida inalação do ar pode causar este achatamento traqueal e dificultar a entrada do ar nos pulmões, com uma espécie de movimento de sucção muito vigoroso.
O colapso de traquéia pode ser confundido com o espirro reverso ou vice e versa, mas já requer uma atenção maior pois nesse caso, o animal pode parar de respirar e morrer. Não se conhece precisamente como esta condição se desenvolve. De qualquer forma, sabemos que estes cães apresentam uma anormalidade na conformação química e/ou física dos anéis traqueais. Os anéis perdem sua rigidez e tornam-se inábeis em manter seu formato circular.
O sinal mais comum do colapso traqueal é o quadro de tosse crônica que pode ou não estar relacionado a alterações cardíacas. Este quadro é freqüentemente descrito como seco ou áspero e pode transformar-se em inquietação pronunciada. Os termos “grasnado de ganso” (...) ou tosse de cachorro podem ser usados para descrever o quadro. A tosse é comumente pior durante o dia quando o animal está mais ativo e menos intensa a noite quando o animal está em repouso (diferente da tosse dos canis, que piora durante a noite). A tosse pode iniciar-se devido a excitação, pressão traqueal (coleira) ou por comer/beber.
A veterinária do Gugui chama de "Colapso de Traquéia" e o veterinário anterior a ela confundiu com tosse dos canis.
No caso do Gugui, a doença piora quando ele ataca da asma e não ataca da asma em função da traquéia; na verdade, no caso dele a asma e o colapso de traquéia são duas doenças distintas, sendo que uma piora a condição da outra, mas o colapso não causou a asma.
A veterinária explicou que, geneticamente, Yorkshires são cães de caça e eram maiores do que são hoje. Essa manipulação genética pra diminuir a raça, fez com que cruzassem parentes próximos para gerarem cães de companhia - quem viu Segredos do Pedigree sabe que ainda hoje criadores fazem isso.
Nisso, acabou resultando um cão com coração desproporcional, problemas de pressão, problemas de desenvolvimento, problemas ósseos, etc. Cães muito pequenos, cães hiperativos, cães com problemas cardíacos...
O Gugui tem ataques muito curtos e prolongados durante o inverno, atacando mais quando se exercita (ele não puxa a guia). Já durante o verão ele sofre, de não conseguir dormir devido o abafamento, a temperatura alta, etc.
Diferenças
Se o episódio criar sons quando excitado ou depois de comer ou beber, ou ainda abrir os membros anteriores e estender o pescoço e arfar com um rítmico Snork! Snork! Snork!, como se estivesse morrendo ou agonizando, tenha a certeza de que está diante de um ESPIRRO REVERSO. Se a respiração através da boca emitir um ruído estridente ou se há tosse reflexiva após tocar sutilmente seu pescoço, podemos estar diante de um COLAPSO DE TRAQUÉIA. Se a tosse é de uma ou duas explosões aparentes (forçando a traquéia a abrir-se) como um engasgo ou mímica de vômito no final, pode ser um colapso traqueal ou ainda um quadro de tosse dos canis.
Se o episódio criar sons quando excitado ou depois de comer ou beber, ou ainda abrir os membros anteriores e estender o pescoço e arfar com um rítmico Snork! Snork! Snork!, como se estivesse morrendo ou agonizando, tenha a certeza de que está diante de um ESPIRRO REVERSO. Se a respiração através da boca emitir um ruído estridente ou se há tosse reflexiva após tocar sutilmente seu pescoço, podemos estar diante de um COLAPSO DE TRAQUÉIA. Se a tosse é de uma ou duas explosões aparentes (forçando a traquéia a abrir-se) como um engasgo ou mímica de vômito no final, pode ser um colapso traqueal ou ainda um quadro de tosse dos canis.
O Gugui parece sempre engasgado e prestes a vomitar, parece que força o vômito. No primeiro ataque dele eu fiquei assustada.
Se você suspeita de colapso de taquéia ou está confuso quanto à diferença entre os dois quadros, leve seu cão ao veterinário. Se o diagnóstico for de ESPIRRO REVERSO, você vai ter que acostumar-se com os episódios e não se desesperar!
O que eu fiz aqui em casa com a Xira, pra ver se era espirro reverso, foi tapar o focinho dela e esperar ela engolir o ar. O que aconteceu? O ataque cessou.
Nota: gatos também sofrem de espirro reverso. Nesse caso, a doença é confundida com asma.
Um comentário:
hah a Fi tem isso, mas a única maneira de diferenciar os dois é com exame, um raio-x já pode descartar o colapso de traqueia, logo se não for colapso, é espirro reverso xD
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