História do Gugui

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Aos meus 5 anos eu queria muito um cachorro. Éramos apenas eu, meu pai, meu irmão e minha mãe. Eu via aqueles cachorros na rua, vira-latas, gatos, e simplesmente queria levar pra casa, ter um companheiro, alguém pra cuidar. Mas eu era uma criança e sabia que não podia fazer muito sem a permissão da minha mãe.

Considerando que eu aprendi a falar aos 2 anos de idade, faziam uns 3 anos que eu pedia enlouquecidamente um cãozinho para mamãe. 
Depois de algum tempo e com o apoio monetário do meu avô, minha mãe me levou pra ver os cães escolhidos por um anúncio de jornal - grande erro.

Eu tinha até um plano: ir ver uma ninhada sem pais no local e torcer para o filhote ficar grande, eu queria um cão grande! Não sabia que não ia crescer muito mais.

Claro que eu vi a ninhada e me apaixonei imediatamente. A dona do casal pegou dois machinhos (eram quatro filhotes, todos machos), me olhou e disse: Qual que tu quer?
Eu pensei, pensei, notei que apesar de serem iguais os dois eram muito diferentes e optei pelo da mão esquerda dela.


Ok, levamos o cãozinho pra casa.
Na época eu tinha computador, mas não internet. Lembro que abri o Word e ficava escrevendo nomes, até que escolhi: Gugui.

Aos quatro meses, Gugui apresentou uma tosse preocupante. Minha mãe disse que era normal, da raça. Mas eu sabia que tinha algo errado.
Por via das dúvidas ela levou no veterinário. Ele disse que o Gu tinha pneumonia. Depois, diagnosticaram tosse dos canis - que tratamos por semanas -, até que uma terceira veterinária fez um raio-x (provavelmente pra confirmar se era colapso de traquéia ou espirro reverso), diagnosticando por fim o colapso de traquéia e descobrindo que ele também possuía coração grande, causando pressão alta.

Conforme os anos foram-se passando, descobrimos que ele tinha artrose e asma. 

Alguns anos mais tarde a mãe de um ex namorado meu achou uma vira-latinha que, à primeira vista, achei que fosse um porquinho da índia filhote de tão pequena. Levei pra casa, minha mãe amou ela. Era nossa! A Bisteca Belita. 
Até roer o pé da mesa. 
Então minha mãe pagou R$50,00 a uma casa de doação e largou ela lá. Ok, mas o que ela tem a ver com o Gugui? Bom, um dos cães que eu botei pra dentro de casa - mais especificadamente o Marley, que também foi encontrado pela minha sogra e ficou comigo um mês - roeu a rede da grade da sacada do apartamento. Enquanto a Bel estava comigo, o Gugui caiu do terceiro andar.

Ficou paralítico uns meses, achamos que ele ia morrer, se cagava e mijava todo, um horror! Mas sobreviveu. Pensamos até em sacrificar porque ele estava sofrendo com aquilo, emagreceu, ficou frágil, tinha mais falta de ar pelo esforço que fazia ao se arrastar, etc.
Passou um mês, dois, três... e o cão voltou a caminhar normalmente! Sempre teve uma perninha mais dura que a outra devido a um problema de desenvolvimento por ele ser muito pequeno, à parte disso, está normal.

Então, eu trouxe a Xira.
Passaram-se algumas semanas e ela furou o olhinho dele sem querer. Ficou cego.

Agora no auge de sua velhice, o cão ainda está firme e forte. E o senhor velho segue com uma vida praticamente normal, ficando duas horas fora por dia na praça, tentando até cruzar com fêmeas - e machos também -, apesar de não ser muito de brincar. Nunca foi.
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Gugui veio a falecer 9 dias antes do seu aniversário de 13 anos. Saiba mais clicando aqui.